Por que o suicídio causa debate 'acalorado' sobre ritual do candomblé:bet365 https www bet365 com me x2200

Pessoasbet365 https www bet365 com me x2200branco reunidas e sentadasbet365 https www bet365 com me x2200sala; há imagensbet365 https www bet365 com me x2200santos e velas no chão

Crédito, Reprodução/Ilê Axé Otá Olé

Legenda da foto, Ritualbet365 https www bet365 com me x2200axexê,bet365 https www bet365 com me x2200foto gentilmente cedida pelo terreiro Ilê Axé Otá Olé,bet365 https www bet365 com me x2200Paço do Lumiar, no Maranhão
  • Author, Mariana Alvim
  • Role, Da BBC News Brasilbet365 https www bet365 com me x2200São Paulo
  • Twitter,

A reportagem a seguir faz parte da série "Suicídio & Fé", que aborda o tabu religioso com o ato.

Plantar, cuidar, colher. Nascer, crescer, morrer. Aprender, ensinar e passar o bastão aos mais novos. Em religiões tão baseadas nos ciclos da natureza como a umbanda e o candomblé, como mostram seus mitos e rituais, a decisãobet365 https www bet365 com me x2200se romper a trajetóriabet365 https www bet365 com me x2200vida com um suicídio é difícilbet365 https www bet365 com me x2200ser assimilada.

"Como tudo que nós fazemos é voltado para nossa ancestralidade, seja elas os orixás ou os nossos antepassados que se tornaram ancestrais, esse é um ato que eu não diria vergonhoso, mas é uma missão não cumprida dentro desse processo ancestral”, explica o pesquisador André Aluize, sacerdotebet365 https www bet365 com me x2200candomblé (função conhecida também como paibet365 https www bet365 com me x2200santo ou babalorixá)bet365 https www bet365 com me x2200Monte Azul Paulista ebet365 https www bet365 com me x2200cujo terreiro há também práticas da umbanda.

Talvez o “maior problema” do suicídio para essas religiões seja justamente a interrupção da possibilidadebet365 https www bet365 com me x2200se tornar mais velho, aponta Aluize, criador e coordenador do Educaxé, um grupobet365 https www bet365 com me x2200estudos na Universidade Estadual Paulista (Unesp) sobre cultura negra e religiõesbet365 https www bet365 com me x2200matriz africana no Brasil.

Como vem mostrando a BBC News Brasil na série "Suicídio & Fé", diversas religiões rejeitam historicamente o atobet365 https www bet365 com me x2200se matar, prevendo punições —bet365 https www bet365 com me x2200ritos funerários oubet365 https www bet365 com me x2200planos espirituais — aos suicidas, o que traz dor a famílias enlutadas.

No candomblé, há um debate “acalorado”, nas palavrasbet365 https www bet365 com me x2200André Aluize, neste sentido — sobre se o axexê, um ritualbet365 https www bet365 com me x2200transição entre o mundo terreno e o espiritual, deve ser realizado para pessoas que se mataram.

Na internet, inclusive, há várias postagensbet365 https www bet365 com me x2200redes sociais e textosbet365 https www bet365 com me x2200blogs discutindo essa questão.

O que é o axexê e por que alguns argumentam que suicidas não devem ter ritual

O axexê é um rito funerário destinado a pessoas iniciadas no candomblé, ou seja, que passaram por um processobet365 https www bet365 com me x2200inserção na religião que leva anos e tem várias etapas.

“O axexê é um atobet365 https www bet365 com me x2200desfazer os atos religiosos que foram feitos durante a vida. Se você não desfizer esses atos, fica preso à Terra e não consegue ir para o orum [o mundo espiritual]; e não indo para o orum, você não consegue renascer", explica o sociólogo Reginaldo Prandi, professor emérito da Universidadebet365 https www bet365 com me x2200São Paulo (USP), pesquisador e autorbet365 https www bet365 com me x2200diversos livros sobre o candomblé, como Mitologia dos Orixás.

Na prática, inclusive por ser considerado caro, o ritual costuma ser feito para as pessoas mais importantes das comunidades, como pais e mãesbet365 https www bet365 com me x2200santo e ogãs (um cargobet365 https www bet365 com me x2200prestígio que tem rituais e funções específicas, como tocar atabaques, e que não incorpora entidades).

Pessoasbet365 https www bet365 com me x2200branco reunidas e sentadas

Crédito, Reprodução/Ilê Axé Otá Olé

Legenda da foto, O axexê é um ritualbet365 https www bet365 com me x2200transição entre o mundo terreno e o espiritual
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Uma toneladabet365 https www bet365 com me x2200cocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

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Mas é importante destacar que, no candomblé — assim como na umbanda —, não há uma instituição que centralize decisões e normas comobet365 https www bet365 com me x2200outras religiões.

As regras também não costumam ser escritas: há uma forte tradição oral,bet365 https www bet365 com me x2200que as crenças e o conhecimento são repassadosbet365 https www bet365 com me x2200geraçãobet365 https www bet365 com me x2200geração por meiobet365 https www bet365 com me x2200mitos e cantos, por exemplo.

Assim, as práticas variam muito a depender do terreiro, da região do país e da naçãobet365 https www bet365 com me x2200candomblé (que corresponde à origem, na África,bet365 https www bet365 com me x2200certas práticas e orixás cultuados no Brasil).

Segundo os entrevistados pela BBC News Brasil, a nação ketu,bet365 https www bet365 com me x2200origem iorubá, é a maior e a mais influente no candomblé. É dela que vem o nome “axexê”.

Outras nações têm outros nomes para esse tipobet365 https www bet365 com me x2200ritual, como sirrum para a nação jeje e ntambi para nação angola — mas é comum que também esses segmentos usem o termo “axexê”.

Resguardadas as diferenças, o axexê pode levar dias e inclui cantos, danças, sacrifícios, oferendas, comida e a destruiçãobet365 https www bet365 com me x2200objetos rituais do morto, como colares e roupas.

Várias decisões sobre esse ritual são tomadas a partir do jogobet365 https www bet365 com me x2200búzios, um oráculo através do qual são feitas consultas aos orixás e ancestrais.

Pergunta-se, por exemplo, se objetos ritualísticos do morto devem ser destruídos ou repassados para outra pessoa da família ou comunidade.

"Quanto mais iniciado você for, quanto mais um sábio da religião você se tornar, quanto mais responsabilidades você adquiriu ritualmente falando, mais complexo é o seu axexê”, explica Prandi.

“Uma mãebet365 https www bet365 com me x2200santo que tem muitas responsabilidades e laços com todos os filhosbet365 https www bet365 com me x2200santo do terreiro é a pessoa que tem mais laços religiosos a desfazer", exemplifica.

Mesmo que não seja uma situação frequente, o suicídiobet365 https www bet365 com me x2200alguém que teria direito a um axexê rompe com essa programação e traz controvérsias sobre a realização ou não do ritual.

O babalorixá Alcemirbet365 https www bet365 com me x2200Odé, da casabet365 https www bet365 com me x2200candomblé Ile Ase Alaketu Ode Labure (nação ketu),bet365 https www bet365 com me x2200São José dos Pinhais, no Paraná, afirma categoricamente que “quem faz o suicídio não tem direito a axexê”.

"Porque orixá deu a vida, orixá leva a vida", argumenta. "Eu concordo porque são meus ancestrais que assim fizeram, assim tem seguidobet365 https www bet365 com me x2200geraçõesbet365 https www bet365 com me x2200gerações."

“Quando a pessoa tira a própria vida, ela já decidiu seu destino”, diz o babalorixá.

Ele afirma ter conhecimentobet365 https www bet365 com me x2200dois casos embet365 https www bet365 com me x2200regiãobet365 https www bet365 com me x2200pessoas que se suicidaram e que,bet365 https www bet365 com me x2200outra forma, teriam tido um axexê: um ogã, há cercabet365 https www bet365 com me x2200um mês, ebet365 https www bet365 com me x2200um paibet365 https www bet365 com me x2200santo, há cercabet365 https www bet365 com me x2200oito anos.

Ele esclarece que, nesses ebet365 https www bet365 com me x2200outros casosbet365 https www bet365 com me x2200suicídio, rituais mínimos são feitos.

“A gente também não pode deixar a pessoabet365 https www bet365 com me x2200qualquer jeito... A gente vai preparar o corpo, preparar o túmulo e acabou. A gente dá o que ela mereceu naquele momento que terminou abet365 https www bet365 com me x2200própria vida”, diz o babalorixá.

Pessoa com trajes típicos jogando búzios

Crédito, Bruna Prado/Getty Images

Legenda da foto, O jogobet365 https www bet365 com me x2200búzios é um oráculo usado no candomblé e bastante consultado durante o ritual do axexê

O babalorixá Égbé Leandro, da Casabet365 https www bet365 com me x2200Oxumarê,bet365 https www bet365 com me x2200Salvador, na Bahia, também afirma que não se faz axexê para pessoas que se suicidam. Segundo ele, a casa tem influência principalmente das nações ketu e jeje.

“O axexê é uma celebração da passagem da pessoa ao orum. É uma festa. Então, eu não tenho como fazer axexê para a pessoa [que se matou] porque não se tem como comemorar uma pessoa que tirou a própria vida. Mas o rito fúnebre, as liturgias são iguais para todos”, diz Égbé Leandro.

“É feito o enterro dentro dos moldes da nossa religião. A liturgia acontece. Ela tem que acontecer, porque ela é imprescindível. Na nossa filosofia, é necessário desligar o espírito do indivíduo”bet365 https www bet365 com me x2200instrumentos ritualísticos pertencentes a ele, explica.

O sacerdote André Aluize prefere não firmar uma orientação e diz que, caso uma notíciabet365 https www bet365 com me x2200suicídio embet365 https www bet365 com me x2200comunidade chegasse até ele, seguiria o que fosse determinado pelo jogobet365 https www bet365 com me x2200búzios.

“Cada um acaba por fazer àbet365 https www bet365 com me x2200maneira. É bem complexo, por conta disso existe um tabu muito grande", aponta o pesquisador e sacerdote, cujo terreiro também integra a nação ketu.

Ele conta ter ficado sabendobet365 https www bet365 com me x2200um caso, por voltabet365 https www bet365 com me x22002019,bet365 https www bet365 com me x2200que foi preciso fazer uma espéciebet365 https www bet365 com me x2200concílio entre sacerdotesbet365 https www bet365 com me x2200candomblé para se decidir sobre o axexêbet365 https www bet365 com me x2200uma pessoa que se matou — e cuja identidade e detalhes ele prefere não compartilhar.

“Foi preciso envolver líderesbet365 https www bet365 com me x2200outras casas,bet365 https www bet365 com me x2200outras comunidades, para se discutir o oráculo", relata, afirmando que os sacerdotes jogaram búzios individualmente para depois se chegar a uma decisão coletiva.

"Comobet365 https www bet365 com me x2200um concílio religioso, chegou-se a uma jogada definitiva. Foi autorizado o procedimento da ritualística do axexê com ressalvas”, diz.

Por exemplo, pessoas importantes para a comunidade podem ser reverenciadas nos chamados assentamentos, locais no terreiro que reúnem inúmeros objetos sacralizados que pertenciam à pessoa e ficam na comunidade embet365 https www bet365 com me x2200memória. No caso relatado por André, a pessoa não pôde ser honrada com um assentamento.

Entretanto, o sociólogo Reginaldo Prandi diz que, nos itãs (mitos iorubás), não há “uma linha” que fale do suicídio.

Por isso, para ele, a rejeição ao suicídio nas religiões afrobrasileiras são resultado da influência do espiritismo e do catolicismo.

“A proibição não vem da origem africana”, afirma.

Na primeira reportagem da série “Suicídio & Fé”, a BBC News Brasil mostrou que, por séculos, o catolicismo proibiu a realizaçãobet365 https www bet365 com me x2200ritos fúnebres para suicidas, como a missabet365 https www bet365 com me x2200sétimo dia. A proibição foi derrubada na décadabet365 https www bet365 com me x22001980.

Assim como nas igrejas evangélicas, tambémbet365 https www bet365 com me x2200origem cristã, o suicídio foi historicamente encarado no catolicismo como um pecado, por conta da interpretação do mandamento “Não matarás”.

Já no espiritismo, que também cresceu no Brasil sobre uma base cristã, o suicídio é visto como algo que trará consequências — frequentemente penalidades, segundo alguns livros espíritas famosos — no mundo espiritual ebet365 https www bet365 com me x2200futuras reencarnações.

As religiões afrobrasileiras não têm tantos adeptos no Brasil como as religiões citadas, mas a BBC News Brasil decidiu incluí-las na sériebet365 https www bet365 com me x2200reportagens porbet365 https www bet365 com me x2200importância cultural.

De acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileirobet365 https www bet365 com me x2200Geografia e Estatística, o candomblé tem 167.363 adeptos no país (0,08% da população) e a umbanda, 407.331 (0,2%).

O candomblé e a umbanda têm várias semelhanças, mas também diferenças — o pesquisador André Aluize explica uma delas.

"O candomblé lida com deidades africanas e a umbanda lida com espíritos desencarnados. A principal divergência entre as duas seria essa: uma [candomblé] é voltada a todo um conhecimento ancestral ligado a pessoas que já existiram, a reis e rainhas, aos nossos ancestrais e antepassados, e a umbanda lidaria com os espíritosbet365 https www bet365 com me x2200uma forma geral", esclarece Aluize.

Assim, o candomblé tende a se manter mais próximo das práticas africanas, enquanto a umbanda, que inclusive se estruturou mais recentemente, tem mais presente a influênciabet365 https www bet365 com me x2200crenças indígenas, do catolicismo e do espiritismo.

Entretanto, algumas linhasbet365 https www bet365 com me x2200umbanda se mantiveram mais próximas do candomblé e da matriz africana ou estão se esforçando para resgatar essa origem.

E como o suicídio é visto na umbanda?

Homem abre cortina do congá (altar) com imagensbet365 https www bet365 com me x2200divindades

Crédito, CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images

Legenda da foto, Terreirobet365 https www bet365 com me x2200umbanda no Riobet365 https www bet365 com me x2200Janeiro; religião afrobrasileira tem sincretismo com crenças indígenas, com o catolicismo e o espiritismo

Com mais adeptos que o candomblé e com uma variedade maiorbet365 https www bet365 com me x2200vertentes, não há notíciasbet365 https www bet365 com me x2200que a umbanda deixebet365 https www bet365 com me x2200fazer rituais para pessoas que se matam, segundo entrevistados pela BBC News Brasil.

Mas ainda assim, esse ato é considerado “grave”, diz a mãe Flávia Pinto, matriarca da Casa do Perdão, um terreirobet365 https www bet365 com me x2200umbandabet365 https www bet365 com me x2200Seropédica, no Riobet365 https www bet365 com me x2200Janeiro.

“Houve uma força divina que consagrou a vida. Portanto, não é você que tem o direitobet365 https www bet365 com me x2200ceifá-la”, diz a ialorixá, também socióloga e autorabet365 https www bet365 com me x2200vários livros, como Umbanda Religião Brasileira: Guia para leigos e iniciantes.

“Se algo não está indo bem a pontobet365 https www bet365 com me x2200você se suicidar, é porque você não está conduzindo bem abet365 https www bet365 com me x2200vida. Então, você deve buscar ajuda.”

Ela conta que, frequentemente, recomenda ajuda psicológica e psiquiátrica às pessoas, embora acredite que nem sempre essa assistência “dá conta” sem um “reforço energético”.

Pinto conta que “inúmeras vezes” já sentiu a presençabet365 https www bet365 com me x2200espíritosbet365 https www bet365 com me x2200suicidasbet365 https www bet365 com me x2200consultas com entidades ou no jogobet365 https www bet365 com me x2200búzios.

“Quando você tira o sopro divino por conta própria, você é um espírito condenado a vagar. Porque nós somos reencarnacionistas — tanto pela visão umbandista, quanto indígena e iorubá”, diz, destacando as raízes da umbanda.

"A gente consegue quase sempre detectar se tem um espírito ali perto, tamanho o peso que ele traz. Ele começa a ser um obsessor, um espírito vampirizador, um kiumba [termo da umbanda para um espírito sem luz, ruim] a perturbar aquela pessoa ou a família.”

Ela diz que há também relatosbet365 https www bet365 com me x2200que o espíritobet365 https www bet365 com me x2200um suicida acompanha a decomposição do próprio corpo.

Essa crença vai ao encontrobet365 https www bet365 com me x2200livros espíritas que colocam o suicídio como uma transgressão à lei divina e mencionam vários tiposbet365 https www bet365 com me x2200punição para os espíritosbet365 https www bet365 com me x2200pessoas que se mataram, como mostrou a BBC News Brasilbet365 https www bet365 com me x2200outra reportagem da série “Suicídio & Fé”.

Em O Céu e o Inferno, um dos livros organizados pelo fundador da religião, o francês Allan Kardec (1804-1869), um trecho diz ser comum que espíritosbet365 https www bet365 com me x2200suicidas sintam vermes corroendo o corpo, embora as consequências do ato variembet365 https www bet365 com me x2200"duração e intensidade conforme as circunstâncias atenuantes ou agravantes da falta".

Em Memóriasbet365 https www bet365 com me x2200um suicida, popular livro da médium Yvonne do Amaral Pereira (1900-1984), é detalhada a existênciabet365 https www bet365 com me x2200um “Vale dos Suicidas”, um lugarbet365 https www bet365 com me x2200extremo sofrimento para os espíritosbet365 https www bet365 com me x2200quem se matou.

O livro traz também históriasbet365 https www bet365 com me x2200espíritosbet365 https www bet365 com me x2200suicidas que tiveram que observar, a partir do plano espiritual, o próprio corpobet365 https www bet365 com me x2200decomposição, ou testemunhar parentesbet365 https www bet365 com me x2200sofrimento por conta da morte.

Segundo o sociólogo Reginaldo Prandi, a ideiabet365 https www bet365 com me x2200reencarnação na umbanda tem influência do espiritismo, enquanto no candomblé manteve-se mais próximo às origens africanas.

"A ideia do renascimento no candomblé é uma ideia nãobet365 https www bet365 com me x2200que o indivíduo está nascendo [de novo], mas que a sociedade está se refazendo, se reproduzindo. A ideia do renascimento é mais coletivizada", explica o professor emérito da USP.

André Aluize, do grupobet365 https www bet365 com me x2200estudos Educaxé, também destaca a influência do espiritismo na visão da umbanda sobre a reencarnação, como a ideiabet365 https www bet365 com me x2200que alguém reencarnabet365 https www bet365 com me x2200várias etapas ou vidas.

Há também a influência do catolicismo na ideiabet365 https www bet365 com me x2200castigo a um espírito que tenha se comportado malbet365 https www bet365 com me x2200uma vida passada, diz o pesquisador e candomblecista.

No caso do suicídio, ele diz que a influência do espiritismo pode se manifestar com a crença umbandistabet365 https www bet365 com me x2200dois cenários diferentes.

"Uma delas seria que esse espírito vai para umbral, que é uma crença kardecista, e vai passar por um tempo lá até a remissão. Outra, ébet365 https www bet365 com me x2200que esse espírito vai se tornar um egum", aponta Aluize.

"É um espírito zombeteiro, sem orientação, um espírito que estaria entre nós sem a possibilidadebet365 https www bet365 com me x2200uma evolução — que é proposta dentrobet365 https www bet365 com me x2200uma visão kardecista."

Já a mãe Flávia Pinto defende que as origens da visão da umbanda sobre o suicídio são muito anteriores ao espiritismo, que ela destaca ter nascido no século 19 na França.

"A umbanda tem muito do kardecismo, mas ela tem uma origem africana e indígena”, argumenta, apontando que essas tradições são milenares.

Aumentobet365 https www bet365 com me x2200suicídios impõe debate para as religiões

O babalorixá Égbé Leandro afirma, no dia a dia, ser “perceptível” uma maior demanda por questões relativas à saúde mental.

"A doença do momento é a doença emocional. Quando eu vou jogar búzios, orientar as pessoas, muitas das vezes o problema está no emocional. E infelizmente as pessoas não têm a consciência da importância da saúde emocional”, diz, apontando que as pessoas têm “vergonha”bet365 https www bet365 com me x2200procurar ajudabet365 https www bet365 com me x2200especialistas.

O babalorixá Alcemirbet365 https www bet365 com me x2200Odé também destaca a importância da orientação profissional.

“Nossa cabeça, nós chamamosbet365 https www bet365 com me x2200ori. A nossa ori nos faz muito forte, mas nossa ori fazbet365 https www bet365 com me x2200nós um fracassado também. Existem algumas cabeças que precisambet365 https www bet365 com me x2200ajuda, com psicólogo, psiquiatra...”, afirma.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ligação entre suicídio e distúrbios mentais — com destaque para a depressão e o alcoolismo — já foi comprovada, embora crises pontuais, como términosbet365 https www bet365 com me x2200relacionamentos e problemas financeiros, também possam levar a esse ato.

Taxasbet365 https www bet365 com me x2200suicídio tendem a ser maiores tambémbet365 https www bet365 com me x2200cenáriosbet365 https www bet365 com me x2200abuso, violência, desastres e vulnerabilidade social — como entre refugiados e migrantes, priosioneiros e pessoas LGBTQIA+.

No Brasil, um estudo publicado na revista científica The Lancet Regional Health Americas mostrou que a taxa anualbet365 https www bet365 com me x2200suicídios cresceubet365 https www bet365 com me x2200média 3,7% ao anobet365 https www bet365 com me x22002011 a 2022.

O número totalbet365 https www bet365 com me x2200suicídios também cresceu continuamentebet365 https www bet365 com me x22002016 a 2022, segundo o Fórum Brasileirobet365 https www bet365 com me x2200Segurança Pública.

A psicóloga Karen Scavacini, fundadora do Instituto Vita Alerebet365 https www bet365 com me x2200Prevenção e Posvenção do Suicídio, diz que, além dos dados, percebe claramente no dia a dia um aumento nas tentativas e mortes por suicídio, “especialmente no período pós-pandêmico”.

E as religiões podem ter um papel importante nesse contexto, para bem ou para mal, ela diz.

“Tem muita pesquisa mostrando como ela [a espiritualidade] é um fatorbet365 https www bet365 com me x2200proteção, um fator fortebet365 https www bet365 com me x2200proteção. Acho que, quando a gente põe na balança, a espiritualidade tem um fator maisbet365 https www bet365 com me x2200proteção do quebet365 https www bet365 com me x2200risco”, afirma Scavacini, apontando que as religiões trazem benefícios como a vida comunitária e o reforço da esperança.

“Porém, e esse é o grande porém, quando ela se torna um fatorbet365 https www bet365 com me x2200risco, também se torna um fatorbet365 https www bet365 com me x2200risco forte", coloca a psicóloga.

Por exemplo, para pessoas que estão pensandobet365 https www bet365 com me x2200suicídio.

“Vai entrar as questõesbet365 https www bet365 com me x2200pecado,bet365 https www bet365 com me x2200culpabilização,bet365 https www bet365 com me x2200faltabet365 https www bet365 com me x2200reza,bet365 https www bet365 com me x2200estar possuído... Isso vai ser um fatorbet365 https www bet365 com me x2200risco: pode ser um gatilho, pode ocasionar uma expulsão, um isolamento dessa pessoa da comunidade religiosa", exemplifica.

“E para quem está há pouco tempobet365 https www bet365 com me x2200luto [por ter perdido alguém que se matou], que está buscando respostas, uma falabet365 https www bet365 com me x2200culpabilização ligada à religião tem um peso muito grande. É uma família que está tentando entender o que aconteceu, que está se culpando. E se ela pensa também que aquele que faleceu ainda está no lugar pior, isso é cruel”, conclui a psicóloga.

O sacerdote e pesquisador André Aluize diz que, justamente pela maior preocupação social com questõesbet365 https www bet365 com me x2200saúde mental, as religiões precisam rediscutir suas tradições — como a orientaçãobet365 https www bet365 com me x2200não se fazer axexê para quem se mata, algo sobre o qual ele se mostra aberto a discutir mudanças.

“Por isso a dificuldadebet365 https www bet365 com me x2200os sacerdotes falarem sobre essas questõesbet365 https www bet365 com me x2200morte, falarem sobre as questõesbet365 https www bet365 com me x2200gênero, porque é como sebet365 https www bet365 com me x2200uma certa forma você virasse aos mais velhos e dissesse: eu vou fazer desta forma [diferente]. Como se você estivesse descumprindo algo”, diz o pesquisador.

“Não ébet365 https www bet365 com me x2200forma alguma apologia ao atobet365 https www bet365 com me x2200si [suicídio], mas nós não podemos condenar, e nem cabe a nós condenar as pessoas e desconsiderar tudo que elas representaram enquanto estiveram conosco enquanto comunidade. Seria para nós algo muito triste que essa memória se perdesse, que essa contribuição se perdesse.”

*Caso seja ou conheça alguém que apresente sinaisbet365 https www bet365 com me x2200alerta relacionados ao suicídio, ou caso você tenha perdido uma pessoa querida para o suicídio, confira alguns locais para pedir ajuda:

- O Centrobet365 https www bet365 com me x2200Valorização da Vida (CVV), por meio do bet365 https www bet365 com me x2200 telefone 188, oferece atendimento gratuito 24h por dia; há também a opçãobet365 https www bet365 com me x2200conversa por chat, e-mail e busca por postosbet365 https www bet365 com me x2200atendimento ao redor do Brasil;

- Para jovensbet365 https www bet365 com me x220013 a 24 anos, a Unicef oferece também o chat Pode Falar;

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